Qual o Significado do Dia de Finados?

O Dia de Finados

O Dia de Finados – também chamado de Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia dos Mortos – é celebrado desde o século XIII em 2 de novembro, na seqüência do Dia de Todos os Santos, em 1º de novembro. Mais do que encará-lo como um dia associado à morte, é interessante vê-lo como uma data que comemora a vida eterna, podendo até ser considerada como um dia de amor, porque amar é sentir que o outro não morre jamais.
Ao longo do dia de Finados, há de se esperar que você mantenha, por meio de suas atitudes, um decoro e, principalmente, um sentimento de respeito.

A cor do luto varia de um país para outro. Para os nipônicos, além do nosso conhecido preto, o azul e o branco expressam ese rcolhimneto. No Egito, violeta. Na Índia, é o vermelho. Na China, o branco é a cor do luto.
Por ser um momento de introspecção, fica até óbvio dizer que não se marca nenhum tipo de evento comemorativo nesta data. Este será dia para missas, cultos, memoriais e visitas ao cemitério.
Devemos saber que ir ao cemitério no dia 2 de novembro para muitos significa um tributo àqueles que não estão mais conosco e, mais do que isso, um notório gesto de carinho para com os que ficaram. No caso de casais ou parceiros, se o peso dado à data varia de um para o outro, é importante que se tente chegar a um consenso, evitando que os sentimentos alheios possam parecer menores ou menos importantes.
Tenha em mente que nesta data o movimento nos cemitérios costuma ser gigantesco e que este é para ser um dia de paz. Prepare-se para demorar um pouco mais estacionando o carro e, talvez, encontrar alguma dificuldade para chegar tranquilamente até o túmulo de seu ente querido.



Leve em conta que as flores também sobem vertiginosamente de preço, sendo a oportunidade encontrada pelos comerciantes para obter um lucrinho. Mas nesta situação, como em qualquer outra, vale lembrar que uma flor escolhida de coração vale tanto quanto o mais sofisticado ramalhete.



Na Europa Ocidental, lírios brancos e crisântemos são as flores fúnebres. No Leste Europeu, o luto é expresso por flores amarelas.
Como ali estarão presentes as velas, é válido prestar um pouco de atenção à história que elas carregam: existem registros da existência de velas – não exatamente como as de hoje, mas como fontes de luz – desde 50.000 a.C. Nessa época, não eram de parafina, mas de gordura animal em estado líquido. Na Idade Média, quando elas se tornaram tão presentes, eram feitas à base de sebo animal – uma opção nada agradável devido à espessa fumaça e ao forte odor que exalavam quando queimadas. A versão de parafina que conhecemos data do final do século XIX. Como temos essa associação de a chama iluminar os nossos mortos, velas em profusão serão acesas nesse dia. Tome cuidado para escolher um local adequado para elas, evitando acidentes.

Funerais

Não há nada mais difícil para a grande maioria das pessoas do que lidar com a perda de alguém querido. Esta inexorabilidade que existe na aceitação da morte para o entendimento de muitos é intransponível. Mais do que nunca, é o exercício da generosidade para com aquelas passam por essa situação. E, na hipótese de que isso aconteça conosco, que encontraremos o apoio necessário. Não importam aí a religião, a crença ou a filosofia de cada um. O que deve valer é um sentimento maior de respeito e solidariedade.
Ao saber da notícia do falecimento, avalie seu grau de proximidade para tomar a atitude mais indicada. Sua presença pode simbolizar apoio e carinho. Mas, sendo uma pessoa com a qual sua relação não é tão próxima, pode denotar um pouco de invasão. Avalie criteriosamente. Quando grandes personalidades morrem, a população toa costuma querer estar próxima, em um grande gesto de demonstração de carinho por elas. O caso aí é bem diferente; em geral, essas pessoas são veladas em local público e aberto à visitação. Mais uma razão para a organização imperar e funcionar de forma impecável.

A possível presença de celebridades pode parecer tentadora, mas comparecer apenas para tietar é fútil e descabido.
Não há traje específico para ir a um velório ou a um enterro. É caro que vale o bom senso de não aparecer de biquíni e tampouco fantasiado para o carnaval.
Quando gostamos muito de alguém, queremos muito estar próximos dele nos momentos de alegria. Nos de tristeza, também. Logo, ir ao velório não desobriga ninguém de estar presente ao enterro. Mas também devemos lembrar que nem sempre temos a disponibilidade de que gostaríamos. Se você só poderá estar presente a uma das ocasiões, veja qual lhe é mais apropriada – não há uma “hierarquia” entre as duas.

O velório pode acontecer eventualmente em um hospital. Alguns têm salas próprias para isto. Mas, mais uma vez, importantíssimo avaliar quão bem-vinda será a sua visita, pois as pessoas estão no momento subseqüente a um período de sofrimento e convalescença ou em um estado de desencontro por causa de uma notícia súbita e inesperada. Em todas as situações, o fundamental é que, uma vez que esteja presente, que realmente esteja lá. Uma presença silenciosa pode, nessas situações, valer muito mais do que as tais mil palavras. E, quanto a estas, saiba que não é obrigatório dizer “Meus sentimentos” ou “Meus pêsames” – o que tampouco está errado. O que tem valor de fato é um olhar com ternura, um abraço sincero.

Terminantemente proibidas são aquelas espressões sem sentido, como "Descansou", "Está melhor do que nós", "chegou a hora", e todas as outras variantes de igual grau de estupidez.
Se você conhece apenas um parente ou um dos membros da família ou do grupo que ali está, basta lembrar que isso o motivou para ir até lá. Portanto, preste sua solidariedade para com todos. Em qualquer ambiente festivo a que chegamos cumprimentamos a todos, não é assim? Neste momento, não basta apenas uma saudação. Demonstre os seus sentimentos especificamente para com os parentes mais próximos e aos chegados. Esta visita é, acima de tudo, um gesto de amparo àqueles que estão lamentando uma perda.

Pessoas se comportam de forma diferente da habitual neste momento. Se ela não quer parar de falar do assunto ou não consegue deixar de enumerar as qualidades do ente falecido ou mesmo de relembrar os momentos que passou com ele, respeite-a e escute-a. Nada mais desagradável do que dizer “Não, não vamos falar disso”, “Vamos mudar de assunto, você precisa espairecer”. Se essa pessoa quer ou precisa chorar muito, que o faça. Enfim, o básico é não reprimir. Em contrapartida, se ela prefere não tocar no assunto – não quer falar, não quer mencionar –, só nos cabe respeitar.

Algumas pessoas ficam na dúvida sobre se devem levar flores pessoalmente. Não é proibido, mas não devem – ali, o gesto mais atrapalharia do que demonstraria qualquer tipo de emoção. No caso de algumas religiões, elas são simplesmente ignoradas.
O envio de coroa de flores pode ter duas representações: a corporativa, na qual uma empresa manda um arranjo à família de um ex-funcionário ou de pessoas de uma relação próxima; ou de grandes amigos que podem enviar a cora em nome da família ou de si mesmos. Em qualquer um dos casos, a quantidade e a qualidade das flores escolhidas, bem como o volume do arranjo, não determinam quão prezada era a pessoa que já se foi. Se alguém, por acaso, toma esse gesto no intuito de impressionar a família ou causar sensação, isso é lamentável. Tenho uma sugestão: na Europa não se utilizam mais coroas há algum tempo; as pessoas costumam reverter o que gastariam nesses itens em doação para uma instituição escolhida pela família de quem faleceu.

Sentimentos não têm e nem poderiam ter preço. Ou valor agregado.
Em algumas culturas, costuma-se associar a este momento lautos banquetes. Já em outras, imagina-se ser necessário que existam coisas para comer em atenção às pessoas que ali comparecerão. Em outras ainda, as pessoas chegam a tomar um homérico porre em homenagem a quem partiu (o popular “beber o defunto”). Seja qual for o hábito ou o costume – ainda que apenas os básicos água e cafezinho dos nossos moldes tão brasileiros –, enquadre-se.

A curiosidade é algo tremendo, portanto controle a sua. Se não foi comentada a causa do falecimento, que permaneça assim.

Não temos como separar piadas dessas ocasiões. Todos têm um caso de um velório a que compareceram e durante o qual se contavam piadas. Sem dúvida é um escape para aquele momento de tensão e tristeza, mas evite.

Não há regra para tempo de permanência. O que deve valer é que você não está indo “bater pique”. Vá e fique um pouco. Mas varar a noite – hábito que em algumas capitais já não é mais possível, pois se tranca o velório por questões de segurança –, apenas em caso de total intimidade.

A boa educação pede que saudemos sempre ao chegar e ao sair, mas existem exceções. Você pode sair de uma festa no auge sem de despedir dos anfitriões, para não quebrar o clima, assim como pode se retirar de um funeral da mesma maneira de modo que não aumente o sentimento de perda ou abandono as pessoas próximas ao falecido.

Quando a distância ou outras circunstâncias inesperadas de comparecer, para os que têm a possibilidade de enviar um cartão escrito a mão, isso é o ideal. Caso não seja possível, opte pelo telegrama. Deve-se evitar o telefonema, pois ele causará alvoroço. Um e-mail ou uma mensagem de texto disparada por telefone celular não se aplicam, pois nestes momentos tão sentimentais pede-se algo mais real.

Ao escrever o cartão, externe os seus verdadeiros sentimentos. Cada qual sabe a melhor e mais verdadeira maneira de fazê-lo. Você pode endereçá-lo à família do falecido e assiná-lo em nome da sua, ou fazê-lo em seu nome. O que vai nortear é quão próximo você é de cada indivíduo daquela família. Nas duas hipóteses, trata-se de um gesto verdadeiramente inesquecível.

O mais indicado é enviar o cartão por portador. O correio é ok., mas o serviço pode demorar, estar em greve... Enfim, não é 100% garantido.

Na grande maioria das cidades, você tem serviço terceirizado de entregas por motoboy. Não há desculpa.
Depois do enterro ou da cerimônia de cremação, apenas as pessoas absolutamente íntimas é que podem ir para a casa da família, sempre perguntando antes se isso é o que se prefere. E, familiares de quem não está mais aqui, sintam-se totalmente à vontade para realmente dizer o que acham melhor. Não é hora para fazer cerimônia.



Na próxima postagem falarei sobre as diversas crenças religiosas e seus rituais funerários.